Segurança pública: direitos, cidadania, liberdade e democracia
(crédito da foto: Francisco Romão Pereira / Observador)
Face à realidade polvorosa que se vive nos últimos dias, importa mais a serenidade pública do que atiçar a conflitualidade (como alguns - os do costume - que deveriam ter responsabilidades públicas acrescidas e não se contêm na boçalidade e no populismo).
Posto isto, é inaceitável a tentativa (mais uma vez) de instrumentalização partidária das forças de segurança a que o país assistiu, ontem, por parte da extrema-direita.
Desenganem-se os que embarcam nesse populismo e extremismo ideológico, porque é por demais evidente e conhecida a manipulação de setores da PSP e da GNR por parte da extrema-direita. O objetivo final não é o legítimo bem-estar dos profissionais da PSP e da GNR. O objetivo é assegurar a fidelidade das forças de segurança à(s) sua(s) causa(s) ideológica(s): autoritarismo, totalitarismo, antidemocracia, limitação das liberdades e dos direitos, através do uso da força, da violência e da repressão como forma de oprimir e garantir o poder. O maior problema é a assunção de extremismos e radicalismos que ultrapassam os limites e as linhas vermelhas do garante dos direitos, liberdades e garantias, descredibilizando a legitimidade e os próprios profissionais.
E para quê? Primeiro, para ganhos meramente político-partidários, agitando bandeiras mediáticas e populistas (a segurança, a imigração, o Estado, etc.). Segundo, porque as forças de segurança são parte importante nos objetivos ideológicos e partidários da extrema-direita. É sabido, na nossa história política e na do mundo, que os regimes fascistas, totalitários, antidemocráticos, limitadores das liberdades e dos direitos, têm na opressão, no uso da força, da violência e da repressão uma das suas armas.
O objetivo final é, através do populismo e da pseudo-solidariedade, assegurar a fidelidade das forças de segurança à(s) causa(s) ideológica(s) da extrema-direita, desequilibrando a balança essencial entre o dever de assegurar a segurança pública interna e a defesa da legalidade democrática e dos direitos dos cidadãos.