Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.
A democracia não é um sistema perfeito… aliás, é o pior sistema político, com exceção de todos os outros. A liberdade de expressão e opinião não são direitos absolutos e, nomeadamente, não justificam tudo (nem meios, nem os fins). A democracia, hoje, em pleno Palácio de São Bento, sofreu um rude golpe e uma condenável afronta. E não foi para isto que o “tal” 25 de novembro de 75, que tantos (erradamente) idolatram, se fez e se cumpriu. Garantidamente, não foi para (...)
A expressão “abstenção violenta” marcou a abstenção do Partido Socialista na votação do Orçamento de Estado (OE) para 2012, em plena Troika. À data era Secretário-Geral do PS, António José Seguro, e Pedro Nuno Santos abdicava do seu lugar na direção do Grupo Parlamentar (liderado por Carlos Zorrinho), em total desacordo com o sentido de voto definido (entendia que o PS devia votar contra). A conflitualidade interna no partido e as críticas à liderança de António (...)
A Assembleia da República rejeitou, por esmagadora maioria (com exceção para o proponente Chega), a iniciativa parlamentar da extrema-direita (Projeto de Resolução n.º 263/XVI/1) para apresentação ao Presidente da República de uma proposta de referendo sobre imigração, prevendo a introdução de quotas anuais de entrada de imigrantes em (...)
O Orçamento do Estado e o medo de eleições antecipadas.
mparaujo
Já está no ar o décimo episódio do Politicamente Insurreto, disponível em: Rádio Terra Nova e no Spotify . Episódio desta semana: "O Orçamento do Estado e o medo de eleições antecipadas". Sobre o episódio #10 A próxima semana, para além de assinalar 12 meses após o massacre do Hamas (...)
(crédito da foto: José Sena Goulão/Lusa, in Jornal Económico) O Orçamento do Estado, na sua especificidade, é um instrumento provisional/previsional da aplicação das finanças públicas nas várias áreas de intervenção do Estado, gerindo, com imperativo legal, a aplicação das receitas em função das despesas previsíveis. Mas é, também, muito mais do que um plano financeiro e contabilístico. Na sua base, estruturação e gestão está implícita a vertente política: a da (...)
(crédito da foto: Diogo Ventura / Observador) Pedro Nuno Santos e o PS têm referido, por diversas vezes, a arrogância com que o Governo e, concretamente, o Primeiro-ministro (porque quanto ao líder parlamentar do PSD já há anos que estamos conversados) têm demonstrado no exercício do mandato. E bem, diga-se. Mas, infelizmente para a política, para a democracia e, principalmente, para os portugueses e o país, as atitudes partidarizadas e a leviandade da ação governativa (...)
(crédito da foto: Leonardo Negrão / Global Imagens) Um Estado de Direito assenta os seus pilares na Justiça, respostas Sociais, Defesa e Segurança sólidos e consistentes, capazes de cimentar os valores da democracia. Num outro contexto, num país em que o valor baixo do salário mínimo e médio, longe da média europeia (apesar do considerável aumento que sofreram nos últimos 8 anos), qualquer classe profissional tem toda a legitimidade de promover (re)ações que levem à (...)
Capitães de Abril, membros do Conselho da Revolução, Grupo dos Nove (Marques Valentim - Atlântico Press/Getty Images, in SIC Notícias - 2023) Há uma permanente tentativa, há algumas décadas a esta parte, de falsear e reinventar a história e o passado do pós-25 de Abril (e do próprio 25 de Abril), principalmente depois do universo político-partidário ter perdido nomes como Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Mário Soares, Álvaro Cunhal, (...)
Logo no início dos trabalhos parlamentares desta legislatura, o Presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, que para ser eleito precisou da almofada do PS, já que os seus “amigos” do Chega, como quase sempre, roeram a corda ao PSD, esteve muito preocupado com o tratamento nas intervenções: eliminando o “tu” ou o “você”, em benefício do "senhor deputado" ou "senhor presidente". Ora, o mesmo Presidente da Assembleia da República, 50 dias depois de ser eleito (...)
(crédito da foto: Tiago Miranda, in Expresso) Com todo o respeito pelas artes circenses, a verdade é que as melhores memórias de uma ida ao circo são as dos palhaços. E se num circo, seja qual for a idade, o palhaço e as suas palhaçadas são dos pontos altos do espetáculo, na política a adjetivação depreciativa é, pelo contrário, criticável e condenável. Infelizmente, há quem teime em transformar a política num circo e achar que todos os portugueses são parvos ou ingénuos. (...)
Se é um facto que o Presidente da República empossou o XXIV Governo Constitucional no dia 2 de abril e os Secretários de Estado no dia 5 do mesmo mês, a verdade é que podemos tomar como baliza o arranque das funções governativas no dia 12 de abril, data em que terminou, na Assembleia da República, a discussão, apreciação e “aprovação” do Program (...)
O CDS-PP reúne-se, em Viseu, para o seu 31.º congresso, a reunião magna, num momento muito particular para o Partido que, após o seu desaparecimento do mapa parlamentar, em 2022, reapareceu este ano com dois lugares de deputados nacionais, tentando, assim, mais uma prova de vida e de sobrevivência partidária. A história destes 50 anos de democracia revelam que o CDS teve um papel relevante neste percurso democrático, tal como o tiveram o PSD, o PSD e o PCP, face ao que é o atual (...)
Deixemos a primeira prioridade governativa para uma análise seguinte e o discurso demagogicamente minimalista da Tomada de Posse para a crónica semanal, segunda-feira, no Diário de Aveiro. Centremo-nos, apesar dos considerandos, precisamente no dia da Tomada de Posse do XXIV Governo Constitucional. Há dois acontecimentos que marcam a agenda e que não são mera coincidência. Antes pelo contrário… são de uma simultaneidade significativa. 1. Precisamente na véspera da tomada de (...)
Publicado na edição de hoje, 1 de abril, do Diário de Aveiro (página 12) Arrancou com o pé esquerdo e da forma mais caricata a Legislativas 2024-2028 e que integra, também, a gestão governativa do país pelo 24.º Governo Constitucional. 1. Quanto ao surrealismo político que marcou o arranque do mandato Parlamentar, o que deveria ser um momento com dignidade e elevação, foi transformado num circo, pelos suspeitos do costume, onde não faltou um inqualificável desrespeito pela (...)
Arrancou com o pé esquerdo e da forma mais caricata a Legislativas 2024-2028. Quanto ao surrealismo político que marcou o arranque do mandato Parlamentar, o que deveria ser um momento com dignidade e elevação, foi transformado num circo, pelos suspeitos do costume, onde não faltou um inqualificável desrespeito pela Casa da Democracia, pelos portugueses e pelos eleitores, ao ponto de haver Deputados, a quem os eleitores (independentemente das opções ideológicas, partidárias ou do (...)
Este cartoon do Henrique Monteiro, mais um excelente, não poderia ter sido publicado em melhor momento porque retrata, na perfeição, o que se passou na Assembleia da República, no primeiro dia da legislatura. Por duas razões fundamentais. A primeira prende-se com a total falta de ética, credibilidade, honestidade política, a completa falta de confiança que merece a extrema-direita. E não foi por falta de aviso. Não se percebe como é que o PSD permite que o líder da bancada (...)
Ainda mal começou a legislatura - a primeira sessão do Parlamento ocorreu hoje - e já é bem patente (tal como referi ontem) que o "voto de protesto" na extrema-direita, neofascista e salazarista, não passa de um novo "mito urbano". É, e será sempre, uma questão meramente ideológica e fundamentalista. Até quando resistirá a nossa democracia? A capa da (...)
há mais vida para além da gravidade das influências dos políticos
mparaujo
Publicado na edição, de hoje (5DEZ2023), do Diário de Aveiro (página 6). A relação entre os cidadãos e a política (políticos e partidos) tem sido, há algum tempo, tema de várias análises e avaliações, seja no âmbito da sociologia, seja na ciência política. E, comprovadamente, um problema factual. Neste campo, tem sido apontada como principal causa, ou principal fator, de afastamento os contextos de (alegada) corrupção ou da falta de transparência nos atos de gestão da (...)
A 21 de agosto, Marcelo Rebelo de Sousa usava o argumento político como fundamento, mais que discutível e até criticável, para vetar o diploma do Governo relacionado com o programa “Mais Habitação”, devolvendo à Assembleia da República. A 21 de setembro, a Assembleia da República volta a aprovar o diploma legal do programa "Mais Habitação" e devolve-o a Belém. Não está em causa o veto político como princípio, já que é algo previsto nas competências do Presidente da (...)
em matéria do debate do Estado da Nação, António Costa viu a prova superada, com distinção.
mparaujo
(crédito da imagem: Tiago Petinga / Lusa, in Sic Notícias) Durante e após o debate do Estado da Nação, na passada quinta-feira, a expressão "estado de negação" foi, por diversas (muitas) vezes, repetida e recorrentemente usada pela oposição (concretamente à direita/PSD) como crítica a António Costa, ao Governo e ao PS. Nada mais demagogo e populista, sem qualquer impacto nos eleitores, mantendo a imagem que os portugueses têm de uma oposição incapaz de ter ou ser (...)