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Debaixo dos Arcos

Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.

07.Dez.24

As saudades presidenciais

mparaujo
(fonte: "Vivre le Portugal") Há poucos dias, Marcelo Rebelo de Sousa manifestava algum saudosismo da governação de António Costa. No lançamento da 6.ª edição da PSuperior, uma iniciativa do jornal Público, para o ensino superior, que promove a literacia mediática, o Presidente da República afirmou que “dizia muitas vezes a um governante com o qual partilhei quase oito anos e meio de experiência inesquecível: um dia reconhecerá que éramos felizes e não sabíamos”. Curio (...)
02.Dez.24

Qual 25 de Novembro?

mparaujo
A história da nossa democracia (conquistada, simultaneamente, com a liberdade, a 25 de abril de 74) foi revisitada há uma semana, 25 de novembro, de uma forma mais forçada do que assumida, marcada mais pela discussão sobre o sentido da comemoração do que, propriamente, sobre o que a data representou ou significou. Importa recordar a frase proferida pelo General Ramalho Eanes, que uma determinada franja política e ideológica gosta tanto de enaltecer: “Momentos fraturantes não se (...)
29.Nov.24

Quando se deitam votos (democráticos) ao lixo

mparaujo
A democracia não é um sistema perfeito… aliás, é o pior sistema político, com exceção de todos os outros. A liberdade de expressão e opinião não são direitos absolutos e, nomeadamente, não justificam tudo (nem meios, nem os fins). A democracia, hoje, em pleno Palácio de São Bento, sofreu um rude golpe e uma condenável afronta. E não foi para isto que o “tal” 25 de novembro de 75, que tantos (erradamente) idolatram, se fez e se cumpriu. Garantidamente, não foi para (...)
11.Nov.24

Umas eleições à escala mundial (muito mais do que locais)

mparaujo
(crédito da foto: Evan Vucci/AP, in Euronews) Mais do que centrar o focusem Kamala Harris, o Partido Democrata deve olhar, primeiro, para si mesmo e se tudo foi feito para que o resultado eleitoral tivesse sido outro. Sou dos que subscrevem que Kamala foi a melhor escolha, a melhor candidata, realizou um enorme e excelente trabalho face ao tempo, às circunstâncias políticas e aos desafios. Agora, conhecido o desfecho é fácil julgar, mas muitos dos que soltam críticas, são os que, (...)
27.Out.24

Segurança pública: direitos, cidadania, liberdade e democracia

mparaujo
(crédito da foto: Francisco Romão Pereira / Observador) Face à realidade polvorosa que se vive nos últimos dias, importa mais a serenidade pública do que atiçar a conflitualidade (como alguns - os do costume - que deveriam ter responsabilidades públicas acrescidas e não se contêm na boçalidade e no populismo). Posto isto, é inaceitável a tentativa (mais uma vez) de instrumentalização partidária das forças de segurança a que o país assistiu, ontem, por parte da extrema-direita. Deseng (...)
07.Set.24

Macron, "carrasco" da democracia francesa

mparaujo
Se a atual conjuntura política francesa fosse a Marie Antoinette, Emmanuel Macron seria, claramente, o carrasco encarregado da sua execução (a 16 de outubro de 1793). Apesar da governação política francesa da era Macron, nomeadamente desde 2020, com Jean Castex, até setembro de 2024, com Gabriel Attal, passando por Elisabeth Borne, de maio de 2022 a janeiro de 2024, têm sido alvo das mais significativas e fraturantes insatisfações e instabilidade sociais, não era expectável (...)
29.Jul.24

A política do séc. XXI vista pela cartilha ideológica do séc. XIX

mparaujo
É difícil perceber e aceitar que, em 2024, ainda haja quem não consiga percecionar que não há ditaduras à direita e ditaduras à esquerda, que não há ditaduras democráticas, nem ditaduras comunistas. Há ditaduras, ponto. Há um sistema político, uma organização de um Estado que limita, condiciona e restringe os mais elementares direitos e liberdades, que oprime os mais frágeis ou que privilegia os mais fortes, as elites, sobre o povo. E mesmo sendo óbvio que, numa (...)
22.Jul.24

A política globalizada que nos afeta, sempre

mparaujo
(crédito da foto: Angela Weiss / AFP, in DN) Nesta semana muito se disse sobre as eleições presidenciais americanas que irão escolher o próximo inquilino da Sala Oval, na Casa Branca. E muito ainda haverá por contar até novembro. O que é surpreendente é a reação naïf, um distanciamento ingénuo assumido e consciente, em relação ao que se passa nos Estados Unidos. A maioria dos portugueses acha que é assunto que só a eles diz respeito porque as eleições norte-americanas (...)
14.Jul.24

Politicamente Insurreto #1: um ignóbil momento para a democracia

mparaujo
(fonte da foto: Reuters, in BBC News Brazil) A democracia assenta em princípios simples, mas fundamentais, independentemente da sua construção, do seu funcionamento e das suas dinâmicas serem mais complexas: regulação do poder político (regras e normas reguladoras da função, voto, eleições, limitação dos poderes, competências e mandatos), separação e fiscalização dos vários poderes (presidencial, legislativo, executivo e judicial) e, mais insistentemente, os valores da (...)
07.Jul.24

Merci, França

mparaujo
Depois do “amargo de boca” de sexta-feira passada (sim, no futebol), eis que a França nos dá, hoje, uma excelente notícia, uma enorme lufada de esperança e alegria. Os franceses perceberam o que se jogava neste domingo e foram votar maciçamente na defesa da Democracia, dos valores republicanos da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e, principalmente, derrotaram a extrema-direita, o nacionalismo ideológico, o ataque à democracia e aos mais elementares direitos, liberdades e (...)
24.Jun.24

Uma Justiça que fere a democracia (quando a devia cuidar)

mparaujo
(fonte da foto: in Caminhos da Memória - 06.abr.2009) Num Estado de Direito democrático a separação de poderes entre a Justiça e a Política é mais que estruturante, é essencial para o fortalecimento e sobrevivência da democracia. Quando a Justiça se desvia da sua missão, desvirtua as suas responsabilidades e se auto escusa ao escrutínio, fere a democracia e o Estado de Direito. À Justiça, ou ao sistema judicial, compete julgar contextos ilegais e/ou penais/criminais, não (...)
23.Jun.24

Na ética jornalística, "interesse público" não é igual a "interesse do público". Nem nunca deverá ser.

mparaujo
Não tenho a certeza que o país necessite de uma reforma da Justiça, isto sem invalidar questões técnicas e do direito que não entram nesta equação. Mas uma coisa é certa, o que a Justiça menos precisava, neste momento era que o poder político (Presidente e Assembleia da República e Governo) e a sociedade estivessem mais entretidos com pacotes anticorrupção, sustentados na demagogia e populismo partidário para satisfação de eleitorado e de posicionamentos na (...)
17.Jun.24

Querer celebrar a democracia, matando-a

mparaujo
Capitães de Abril, membros do Conselho da Revolução, Grupo dos Nove (Marques Valentim - Atlântico Press/Getty Images, in SIC Notícias - 2023) Há uma permanente tentativa, há algumas décadas a esta parte, de falsear e reinventar a história e o passado do pós-25 de Abril (e do próprio 25 de Abril), principalmente depois do universo político-partidário ter perdido nomes como Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Mário Soares, Álvaro Cunhal, (...)
10.Jun.24

A epifania falhada da extrema-direita no Parlamento Europeu

mparaujo
O que não significa que não tenham surgido, na maioria dos Estados-membros da União Europeia, manifestos resultados eleitorais preocupantes para a democracia e o futuro da Comunidade Europeia. Mas já lá vamos... Comecemos por Portugal. Seja por poucachinho (uma diferença, aliás, maior do que nas legislativas, considerando sempre que a AD é uma coligação e não uma força partidária isolada, PSD ou CDS), seja com a perda de um eurodeputado (face à redistribuição aritmética (...)
26.Mai.24

Dia 9 de junho... um voto pela democracia.

mparaujo
As eleições europeias de 6 a 9 de junho de 2024 (9 de junho em Portugal) têm tudo para serem diferentes das anteriores ou, pelo menos, têm particularidades muito singulares. Desde as eleições de 2019, a Europa, nomeadamente a União Europeia, passou por uma pandemia que exigiu um esforço solidário entre os 28 Estados-membros, uma pandemia que gerou uma crise financeira interna e uma exposição à pressão dos mercados externos, a saída do Reino Unido e o necessário (...)
20.Mai.24

9 de junho: um marco importante para a coesão europeia

mparaujo
Estamos a menos de um mês, cerca de 3 semanas, das Eleições Europeias (9 de junho, em Portugal). Tal como em Portugal, nas Legislativas de 10 de março último, estão em jogo demasiados desafios e pressões no que respeita ao presente e futuro da União Europeia. Seja na coesão e consolidação dos seus valores (solidariedade na diversidade, pela responsabilidade social, pela diversidade cultural e histórica, pela paz e pela prosperidade/desenvolvimento), seja na defesa e (...)
13.Mai.24

A política não é um número de circo

mparaujo
(crédito da foto: Tiago Miranda, in Expresso) Com todo o respeito pelas artes circenses, a verdade é que as melhores memórias de uma ida ao circo são as dos palhaços. E se num circo, seja qual for a idade, o palhaço e as suas palhaçadas são dos pontos altos do espetáculo, na política a adjetivação depreciativa é, pelo contrário, criticável e condenável. Infelizmente, há quem teime em transformar a política num circo e achar que todos os portugueses são parvos ou ingénuos. (...)
29.Abr.24

Falta cumprir Abril? Não. Abril cumpriu-se.

mparaujo
Publicado na edição de hoje, 29 de abril, do Diário de Aveiro (página 10 ) Por variadas vezes, nomeadamente no contexto da celebração destes 50 anos do 25 de Abril de 74, ouvimos, repetidamente: “cumprir Abril” ou “falta cumprir Abril”. Noutro sentido, é comum ouvirmos o apelo “Abril Sempre!”. Prefiro, e hoje mais que nunca: Abril SEMPRE!”. Abril cumpriu-se há 50 anos. Cumpriu-se no falhanço da “Revolta das Caldas” a 16 de março de 1974, cumpriu-se na coragem (...)
20.Abr.24

A simbiose e o parasitismo político-partidário

mparaujo
O CDS-PP reúne-se, em Viseu, para o seu 31.º congresso, a reunião magna, num momento muito particular para o Partido que, após o seu desaparecimento do mapa parlamentar, em 2022, reapareceu este ano com dois lugares de deputados nacionais, tentando, assim, mais uma prova de vida e de sobrevivência partidária. A história destes 50 anos de democracia revelam que o CDS teve um papel relevante neste percurso democrático, tal como o tiveram o PSD, o PSD e o PCP, face ao que é o atual (...)
15.Abr.24

Família tradicional só há uma: são todas elas.

mparaujo
Publicado na edição de hoje, 15 de abril, do Diário de Aveiro (página 6) O lançamento do livro “Identidade e Família” teria passado despercebido não fossem as intervenções públicas de alguns dos seus autores, nomeadamente Paulo Otero, e a apresentação pública assumida pelo antigo Primeiro-ministro Passos Coelho (ver a reflexão de ontem no blogue Debaixo dos Arcos). Da sinopse do livro extrai-se: «A família é o habitat natural de convivência solidária e (...)