Espaço de encontro, tertúlia espontânea, diz-que-disse, fofoquice, críticas e louvores... zona nobre de Aveiro, marcada pela história e pelo tempo, onde as pessoas se encontravam e conversavam sobre tudo e nada.
A democracia não é um sistema perfeito… aliás, é o pior sistema político, com exceção de todos os outros. A liberdade de expressão e opinião não são direitos absolutos e, nomeadamente, não justificam tudo (nem meios, nem os fins). A democracia, hoje, em pleno Palácio de São Bento, sofreu um rude golpe e uma condenável afronta. E não foi para isto que o “tal” 25 de novembro de 75, que tantos (erradamente) idolatram, se fez e se cumpriu. Garantidamente, não foi para (...)
(crédito da foto: Hannibal Hanschke/Getty Images, in Veja - edição brasileira) Sobre a polémica recente com as danças (em privacidade) da Primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, conto rápido (curto e simples). Muitos podem dizer que a Finlândia é lá longe, encostada à Rússia, nessas zonas gélidas do norte da Europa. Muitos podem dizer que é um problema dos finlandeses... eles são crescidinhos que se entendam. Muito podem dizer - como dizem - que há coisas mais (...)
daquelas irrefutáveis, históricas, mas sempre actuais e fulcrais.
mparaujo
Apesar de ter sido, e ainda é, associada a um dos discursos e afirmações mais emblemáticas de Francisco Sá Carneiro (e vamos deixar a ideologia e partidarite de lado), a referência à ética política vem dos tempos da génese da democracia (e da política), dos tempos da polis das acrópoles e ágoras gregas, do "animal político" de Aristóteles ou da sabedoria e filosofia políticas de Platão. É certo que Sá Carneiro dispensaria o uso e abuso exaustivo desta sua afirmação, (...)
Deixemos de lado, por uma questão de princípio e respeito, as diferenças partidárias e ideológicas. A política ficou, inquestionavelmente, mais pobre e mais vazia. Não só porque viu partir um político, mas essencialmente porque viu morrer um político com ÉTICA, com RESPONSABILIDADE, com verdadeiro sentido de MISSÃO PÚBLICA e SERVIÇO PÚBLICO. Verdadeiramente importante em momentos cruciais da vida política do PS, nomeadamente com o seu renascimento na década de 90, (...)
Nem sempre a morte de uma figura política (seja nacional ou não) se reveste de consensos, independentemente do respeito. Curiosamente (ou não), no caso do falecimento de Freitas do Amaral a excepção confirma a regra: PCP reconhece o peso histórico de um dos quatro "pais" da democracia; o BE elogia a vertente humanitária e a defesa dos valores fundamentais dos direitos humanos; o PS destaca o seu papel de grande estadista; algo que é ainda mais valorizado pelo PSD, juntado-lhe a (...)
há finais felizes... e também há notícias felizes. «António Capucho deve regressar ao PSD até ao início da campanha eleitoral», entrevista à Rádio Renascença. Pessoalmente, o dia de hoje está repleto. Espero que não demore muito tempo para poder dizer: «seja bem-vindo... bom regresso a 'casa'». Faz falta... faz-nos muita falta. Mesmo que em 2017 a vontade fosse outra (...)
Estamos a pouco mais de um mês da data em que se realizam as eleições europeias: 26 de maio. Isto num momento em que a Europa atravessa uma grave crise de identidade e se questiona o seu futuro: o crescimento do populismo, o surgimento dos extremismos (em ambos os opostos), o aumento do eurocepticismo e, no topo da agenda mediática, o caso do Brexit. E mais... a Europa começa aqui, dentro das nossas portas, e não é uma realidade tão afastada do nosso quotidiano. Bem pelo contrário. Ne (...)
Deplorável! Condenável! Péssimo! Politicamente baixo! Funesto! Cínico! Sem sentido de ética e moral! Abominável! Repreensível! Reprovável! Censurável! Não faltará, na língua de Camões e no dicionário português, adjectivos que qualifiquem a tomada de posição de confronto interno do ex-líder e ex-deputado da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro. São vários os contornos político-partidários que merecem uma análise e reflexão sobre a opção que levou/leva Luís (...)
ou como nos vêm à memória contextos antigos. Santana Lopes está prestes a tornar-se o "Manuel Monteiro" do PSD. Saídas e entradas partidárias é o que mais existe, cá e fora, na política. A questão é a falta de capacidade política para "encaixar" derrotas e a opção da maioria. Não saber lidar com isto é que se lamenta... de resto, que Santana Lopes faça bom proveito da sua travessia no deserto no próximo partido liberal "Democracia 21". Não fora a "bóia de salvação" (...)
É a política que temos porque é o triste panorama partidário e cívico que ciclicamente, em cada período eleitoral, tem o privilégio de vir à tona, de ter palco e mediatismo. É a política que merecemos porque, teimosa e injustamente, há a tendência para colocar nos partidos e nos políticos todo o ónus da culpa, toda a responsabilidade e, simultaneamente, esquecer que a política é responsabilidade de todos, de toda a sociedade. O recente contexto eleitoral autárquico que (...)
O Eurodeputado (MEP) socialista Manuel dos Santos referiu-se à deputada socialista na Assembleia da República, Luísa Salgueiro, como "a cigana", entre outros "mimos". Tudo a propósito da anunciada candidatura de Lisboa a sede da Agência Europeia do Medicamento e toda a polémica que tem envolvido esta opção do Governo de António Costa, acusado de centralista. Duas notas prévias que têm apenas relação com a opção governativa. Primeiro, a total amnésia parlamentar, muito por (...)
O slogan foi o de uma campanha eleitoral presidencial (as presidenciais de 1986): "Soares é fixe!". Curiosamente, a primeira volta foi realizada em janeiro de 1986 (26 de janeiro), há 31 anos. Morreu o Presidente Mário Soares. Não há, na história de Portugal ou em qualquer história de uma outra nação, um único político, governante ou presidente, um único que seja, que não tenha cometido os seus erros, que não tenha despoletado numa ou noutra pessoa alguma animosidade ou (...)
publicado na edição de hoje, 20 de abril, do Diário de Aveiro. Debaixo dos Arcos A política de causas Há sempre a “velha” questão retórica e demagógica das prioridades na política e na acção governativa. Na sociedade há sempre a tendência de valorizar e majorar as questões e as causas, como se no meio das crises, das (...)
A Lei do Orçamento de Estado para 2015, artigo 80º (mais propriamente), mantinha a alteração à tradição imposta ainda no "reinado" de José Sócrates no que respeita às subvenções vitalícias a ex membros do Governo, Deputados ou Juízes do Tribunal Constitucional, quando provados rendimentos superiores a dois mil euros. Nesta segunda-feira (ontem), o (...)
Há que reconhecer... na maioria das vezes as críticas que são tecidas aos deputados e aos políticos são injustas. É certo que há, na imagem que foi transmitida e que o colectivo foi criando, uma quota parte de responsabilidades dos políticos e dos partidos. Mas também não deixa de ser verdade que muitas das críticas são infundadas, é o mero exercício de criticar por criticar, só para se ser do contra, o recurso à acusação fácil. Acresce ainda a facilidade com que tomamos (...)
Isto não tem a ver com ideologias, com militâncias ou simpatias partidárias. Isto tem a ver com política, com ética política, com a necessidade e obrigação de renovar e de devolver a dignidade a uma causa nobre, a uma função vital para a solidificação da democracia e de um Estado de direito. Tudo, aliás, o que não tem acontecido nos mais (...)
Publicado na edição de hoje, 15 de outubro, do Diário de Aveiro.
Debaixo dos Arcos
O efeito sistémico das primárias
É comummente aceite que existe na democracia portuguesa actual um desgaste do sistema político-partidário, em parte pela imagem negativa que alguns políticos transmitem sobre a coisa pública e a política, em parte também pela blindagem interna dos aparelhos partidários favorecendo os “instalados”, e ainda pelo alheamento dos cidadãos em relação à política. (...)
António José Seguro já tinha anunciado no início do processo das primárias que se demitiria das funções de secretário-geral do Partido Socialista caso perdesse essas eleições. Perdeu e cumpriu a “promessa”, apesar das primárias servirem para a escolha, pelos simpatizantes e militantes socialistas, do seu candidato a (...)
Isto, obviamente, para além de já se saber que António Costa foi o escolhido pelos militantes e simpatizantes socialistas para se candidatar, como primeiro-ministro, às próximas legislativas (2015). Mas o processo eleitoral de hoje, nas hostes socialistas, tem outros resultados. 1. O processo das primárias, que pretendia ser inovador e aproximar a política/políticos dos eleitores, foi algo irreflectido, inconsequente, implementado em cima do joelho, e com objectivo de dar resposta (...)
publicado na edição de hoje, 21 de setembro, do Diário de Aveiro.
o post "Justiça e Política" reeditado.
Debaixo dos Arcos
Justiça e Política
Nas últimas e recentes semanas a justiça portuguesa lançou para a opinião pública um interessante debate: a relação da Justiça com a Política, concretamente com os políticos.
De forma mais espaçada, mas concreta, (...)