Tributo às liberdades e à dignidade humana
(fonte da foto: Nuovi Lavori)
Nunca foi manifestamente claro que Alexei Navalny, ao criticar de forma tão veemente o regime de Putin, defendesse, em contraponto, a democratização da Rússia.
É verdade que a permanente acusação e crítica ao regime de Putin e o combate constante à corrupção e ao oligarquismo que sustentam o atual regime russo foi bandeira do ativismo político de Navalny. Mas também é verdade que não me recordo de uma oposição formal, pública e clara, quanto à invasão da Ucrânia, nem, na altura, em 2014, quando a Rússia ocupou a Crimeia.
No entanto, independentemente desse lado mais cinzento ou nebuloso do projeto político que Navalny preconizaria para a Rússia, a verdade é que o principal opositor de Putin (que nunca, ou raramente, proferiu o seu nome) é um inquestionável símbolo da resistência, da liberdade de pensamento e expressão e espelho de um dos mais vis ataques à dignidade humana e aos direitos mais elementares, ao ponto da justiça e do regime russos terem votado Navalny à exclusão perpétua da vivência em sociedade e à total limitação dos seus direitos fundamentais.
A democracia reconhece em Alexei Navalny o elevado e inesquecível contributo na defesa dos direitos humanos e da liberdade, dois princípios fundamentais e universais que o regime russo lhe negaram desde os primeiros anos deste século XXI (2000). Com destaque para a atribuição pelo Parlamento Europeu, em 2021, do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, mais conhecido simplesmente Prémio Sakahrov, batizado assim em honra do dissidente e cientista soviético Andrei Sakharov, homenageando e distinguindo pessoas ou organizações que dedicaram as suas vidas em defesa defesa dos direitos humanos e da liberdade.
R.I.P. Alexey Anatolievitch Navalny.