Um país suspenso por bytes e bites
Foi, durante os mandatos de José Sócrates, uma das principais bandeiras governativas neste país: o avanço das tecnologias, da informação, a infoinclusão, os simplex's, etc.
Ao fim destes anos, em pleno século XXI, e como não bastasse a crise económico-financeira que nos tem arrastado para o fundo, eis que Portugal se encontra literalmente suspenso por "bytes" e "bites" informáticos e algorítmicos.
A despoletar este 'boom' surge à cabeça o Ministério da Justiça e o caos instalado pelo Citius, sendo que em relação a este processo emerge agora a suspeita de influência directa por parte de dois funcionários.
Depois, veio a polémica, ainda por resolver, da colocação dos professores e de todo o imbróglio gerado pelo sistema informático de colocações. Aliás, algo que inexplicavelmente, até mesmo politicamente inaceitável, e que parece ainda estar para durar, mesmo que isso signifique que cerca de 2500 alunos estejam sem aulas e por preencher 200 horários completos ou 249 incompletos. Ou que signifique, sem que daí se retirem quaisquer responsabilidades governativas, por mais caricata que seja a situação mas que não mereça qualquer riso ou sorriso, que uma falha no sistema coloque, erradamente, cerca de 40 docentes em vagas que não existiam. Mas o que importa é que a seguir se peça desculpa publicamente.
Por último, como se tal não fosse mau de mais para ser verdade, eis que nem o Ministério da Saúde se encontra "informaticamente saudável". O início desta semana e mês de novembro provoca a maior das perplexidades perante as afirmações do ministro Paulo Macedo sobre "eventuais ou supostos ataques informáticos que colocam em causa o normal acesso ao sistema de saúde".
Se calhar o melhor é mesmo o país regressar aos tempos remotos da velha máquina de escrever HCESAR, dos longos e intermináveis arquivos em papel, ou, qui ça, às mensagens via "pombo-correio". Assim, como assim... era mais fácil encontrar responsabilidades.